quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Nós

Nada por nós, nada entre nós, nada para nós, nada que ficou de nós. Nós entre nós, nós que são desfeitos com o tempo, nós que esperávamos não desfazerem com o tempo. Nós que nos entreleçavam, nos uníamos, se desamarram com o vento. Nós que acreditávamos que nós nos uniriam, apenas nos colidiram. Nós que de nós não restou um nó.
Tudo por nós, tudo entre nós, tudo para nós, tudo que ficou de nós está contra nós. Tudo o que nos uniu, hoje nos desfaz. Todos aqueles nós que nos uniam, hoje nos desfazem. Todos aqueles nós que nos amarravam se desamarraram. Tudo o que havia por nós, nós afastamos. Tudo o que havia entre nós está fora de nós. Tudo o que havia para nós já não nos é de direito. Tudo o que ficou de nós apenas ficou para contar nossas histórias de um dia. Tudo o que ficou contra nós, conseguiu nos deteriorar. 
E agora, nós já não somos nós. Nós já não somos nós, entre nós não há mais nós. Nós deixamos que os nós se desfizessem; sim, nós! Os nós que nós tínhamos unindo, hoje nos são cordas lisas. Dos nós que nós uniam só restaram cordas marcadas. 
Não me lembro quantos nós havia em nós, nem quantos  eram de nós. Só sei que nós já não somos nós. Nós não somos nós nem temos mais os nossos nós. 
Nós que queríamos que nossos nós jamais se afrouxassem, muito menos desamarrassem. Nós que nos unimos em nós, nós que nos apoiamos em nós, nós que nos fortaleciam. Nós que nos desamarramos, nós que desenlaçamos nossos nós. 
Nosso maior erro foi nos fechar em uma noz. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário